quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entrevista parte III

E nesses tantos anos de estrada, o que mais te motivou a continuar sempre confiante?

O que motiva a seguir nem tão confiante como gostaria é simplesmente o fato de que não dá pra ficar quieto ou reclamando de tudo sem fazer nada. Só de estar aqui escrevendo pra você e dando toques e fazendo comentários já é uma coisa positiva ao mesmo tempo em que assisto a evolução da raça humana com preocupação e ceticismo.

O homem está voltando pras cavernas carregando seus notebooks, blackberries e TVs de blu-ray. A Amazônia está sendo destruída para se transformar em pasto, para se criar gado para alimentar a população do planeta, a mesma população que cresce num ritmo igual ao da devastação. Se continuar nessa levada, em 1, 2 [uma ou duas] décadas não haverá tanta fartura e talvez haja até racionamento de carne, e as pessoas não abrem mão disso, do filé, da picanha, do churrasco ‘maledeto’ dos finais de semana.

O Paul McCartney, vegetariano radical, está agora numa cruzada pedindo para que a humanidade deixe de comer carne pelo menos um dia por semana e isso já bastaria para melhorar o equilíbrio ecológico do planeta.

Na última conferência sobre o clima em Copenhague [na Suiça] grupos vegetarianos pareciam ávidos em divulgar a mensagem de que o metano, expelido em grandes quantidades por vacas e outros rebanhos criados pelas indústrias de carne e laticínios, está entre os mais potentes gases do efeito estufa. Mas as virtudes do vegetarianismo como parte do combate à mudança climática estão longe de ser uma questão apenas para aqueles com inclinação espiritual. Muito antes do encontro de cúpula em Copenhague, o aumento da demanda por carne e laticínios, particularmente entre a crescente classe média de países como China e Índia, com economias em rápido desenvolvimento, fez com que os elos entre a mudança climática e a política alimentícia se transformasse em um elemento importante no debate em torno do que fazer a respeito do aumento dos níveis de gases do efeito estufa.

Agora na visão "Mello": o que é música?

Você me pergunta o que é música pra mim e te devolvo o seguinte pensamento: imagine se só houvesse o silêncio, nenhuma nota musical, somente o tenebroso, sombrio, tétrico, triste, lúgubre, nebuloso, secreto, confuso, misterioso, oculto e invisível silêncio. Quem aguentaria?

[pois é, Mello, sem música não dá!I do agree]

Quais foram seus precursores?

O blues dos negros do sul dos EUA, o lamento dos homens que trabalhavam nas plantações de algodão de estados como Georgia, Mississipi, Tennessee e seus vizinhos. Aquilo sim é música feita de sentimento e sem plano comercial.

Alguém na família já aponta a mesma vocação? (risos)

Meus dois netos, Felipe e Mateus, são puro rock'n'roll.

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